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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Nota de suspensão temporária das atividades

Após quase 2 anos de lutas e vitórias ao lado do povo petropolitano, os integrantes do Comitê decidiram, em plenária, suspender temporariamente as atividades por conta de diversas questões de ordem nacional e local, tendo como foco principal a reorganização dos membros para a melhor continuidade da construção de um novo projeto para Petrópolis.

Todas as entidades aliadas receberão mais detalhes e os interessados podem deixar o contato através de um comentário na presente postagem.

Clique aqui para acessar a retrospectiva das vitórias do Comitê.

Ousar lutar, ousar vencer! Venceremos!

sábado, 12 de janeiro de 2013

Dois anos da maior tragédia natural do Brasil

Hoje, dia 12 de janeiro, a maior catástrofe natural do País completa dois anos, com quase mil mortos, sete mil moradores desabrigados, e algumas pessoas ainda desaparecidas. Em janeiro de 2011, um forte temporal caiu sob a região serrana do Rio entre a noite do dia 11 e a manhã seguinte, chovendo em 24 horas o esperado para o mês inteiro. Uma tromba d`água atingiu os rios da região provocando enxurrada de até cento e oitenta quilômetros por hora, enchentes e deslizamentos de terra. As sete cidades mais afetadas, Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Areal, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Sumidouro decretaram estado de calamidade pública e serviços como água, luz e telefone ficaram por dias interrompidos, estradas interditadas, pontes caídas e muitos bairros permaneceram isolados por muitos dias. No dia 14 de janeiro, a presidente Dilma Roussef liberou 100 milhões para socorro e assistência de todos os afetados e em 27 de janeiro, no Palácio Guanabara, no Rio, anunciou junto ao governo do Estado a entrega de oito mil casas para os desabrigados.

Ainda em 2011, a ALERJ instituiu uma CPI da tragédia, cujas investigações analisaram os últimos seis anos de investimentos nessas sete cidades, e após seis meses de trabalhos investigativos, em seu relatório final, foram apontados que o sistema de defesa civil era falho, prestando-se apenas ao socorro das vítimas, sem prevenção ou alerta que pudesse evitar o desastre, não havia nenhuma política habitacional consistente nessas cidades, nenhum investimento em contenção de encostas ou em infraestrutura de drenagem e que, em muitos casos, os recursos destinados pelo Governo Federal aos municípios afetados foram  desviados pela corrupção. E um ano depois, a situação das cidades era praticamente a mesma. O turismo foi drasticamente afetado, a economia da região somou perdas em todas as áreas, especialmente na parte agrícola. De concreto, somente o início da instalação do sistema de sirenes de alerta de chuvas determinado pelo Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.

A situação hoje nesses municípios não é muito diferente daquela de depois da tragédia. Passados dois anos, nenhuma casa foi entregue, muitas famílias vivendo de aluguel social,  muitas outras que sequer conseguiram ser contempladas com o auxílio e algumas pessoas até voltaram a morar nos imóveis condenados, que, por determinação da justiça, só podem ser demolidos após o acerto firmado pela indenização ou o recebimento da nova casa.
Em Nova Friburgo, o mais atingido deles, 438 moradores foram mortos, ainda há 28 desaparecidos e muitos cartões postais da cidade sequer foram reconstruídos. O município recebeu 35 sirenes de alerta e enfrentou uma cena política bastante conturbada no último ano. Teresópolis perdeu mais de 400 habitantes na tragédia, foram instaladas 23 sirenes de alerta e recebeu obras de contenção somente em 17 encostas. O município ainda sofre dificuldades com escoamento da sua produção agrícola porque enormes buracos continuam abertos nos acessos às comunidades rurais.  No Vale do Cuiabá, distrito de Itaipava, em Petrópolis, 74 pessoas morreram com a cheia do Rio Santo Antônio, mais de 200 famílias deixaram o local antes habitado por cerca de 3.000 pessoas e nenhuma das sirenes prometidas foi instalada, embora o sempre iminente risco de novos transbordamentos. À 56 km dali fica São José do Vale do Rio Preto que também não recebeu nenhuma sirene de alerta apesar do mapeamento de 69 encostas de alto risco.

Em nenhum dos municípios as 8 mil casas prometidas pelo Governo Federal, das quais 6 mil em parceria com o Estado do Rio, foram iniciadas; somente 110 moradias das 2 mil acertadas pela  parceria do Governo do Rio com empresários estão prontas, todas pré-fabricadas, nenhuma de alvenaria e todas em Nova Friburgo.
O governo do estado divulga através da imprensa que as casas vão começar a ser entregues no segundo trimestre de 2013, e que a demora é ocasionada pela dificuldade em encontrar terrenos seguros para a construção dos imóveis na região e pelas exigências legais nos processos licitatórios. Recentes mapeamentos realizados pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) em parceria com o Departamento de Recursos Minerais apontam que mais de 100 mil moradores vivem em áreas de risco nas sete cidades mais atingidas pela tragédia e avaliações do CREA-RJ classificam 170 encostas como de altíssimo risco na região serrana do estado do Rio de Janeiro.
Durante todo dia de hoje, Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis realizarão manifestações para lembrar essa tragédia e cobrar das autoridades as providências devidas há dois anos. 

No último dia 4 vimos Xerém, na Baixada Fluminense e a região de Angra dos Reis sofrerem os efeitos das fortes chuvas de verão e mais uma vez especialistas apontam que a falta de planejamento urbano e de infraestrutura de contenção de encostas e de drenagem dos rios   foram pontuais culpados para o sofrimento das mais de duas mil pessoas que perderam suas casas e seus pertences. Existe legislação que impeça a ocupação de áreas como as margens de rios e lei que obrigue as prefeituras a terem planos de zoneamento e mapas de risco, existem laudos técnicos e estudos que apontam locais de risco e a previsibilidade de tragédias assim, então, é hora de encarar com seriedade e compromisso a questão do planejamento urbano e da gestão dos recursos públicos das cidades brasileiras, porque as chuvas jamais podem ser consideradas as vilãs dessas repetidas tragédias, elas são sempre o único fator verdadeiramente indômito; tudo o mais já é bastante previsível.

 Fotos de Marcelo Ramos, membro do CPL, voluntário 
no Vale do Cuiabá, em Itaipava, Petrópolis
As imagens são dos dias subsequentes à tragédia




quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Em Petrópolis, de quem é a praça, afinal?

Na cidade de Petrópolis, em pleno centro histórico, há uma praça central, de alcunha "liberdade", na qual crianças divertem-se, jovens marcam encontros, senhores e senhoras realizam caminhadas e todos tentam conviver na melhor amostra de que as praças públicas têm de ser um espaço democrático. Contudo, em recente reportagem veiculada em jornal do município, um grupo de moradores do entorno dessa Praça resolveu arbitrar o fim de um festival promovido à cada seis meses, em julho e dezembro, realizado sem incentivos públicos, por um grupo de artistas locais, denominado "Solstício do Som", que pretende fomentar a cultura e a arte das bandas locais, dos poetas, dos artistas petropolitanos. Na sua quinta edição, completada no último dezembro, o festival ocorre com autorização do poder público e num clima de confraternização familiar. Seus organizadores defendem que toda a parte de legislação é respeitada e o evento é pensado para contemplar a maior gama de  músicos e estilos musicais, mostrando que em Petrópolis moram e vivem artistas capazes de produzir arte e que a cidade não é somente um terreno a viver das suas colonizações. 
Acreditamos que o caso exposto nas páginas do jornal trata-se, na verdade, do mais tradicional conflito do capitalismo: a luta de classes!  Porque o entorno da referida praça é habitado por pessoas que podem morar bem e são despreocupadas com as dificuldades ao acesso à cultura. É uma das áreas nobres da cidade.  E nessa mesma praça, anualmente, é realizado o festival da cultura italiana, "Serra Serata", promovido pela prefeitura de Petrópolis; também, um pouco mais além da referida praça, no Palácio de Cristal, realiza-se todo ano a Festa do Colono Alemão, Bauernfest, também do calendário oficial de eventos, que apresentam, igualmente, durante uma semana, até com horários mais estendidos, sons com amplificadores e grande concentração de veículos e turistas no local; sobre esses eventos os referidos moradores nada falam, apenas sobre o festival de música independente e local, o Solstício do Som, que notadamente promove muito menos transtornos do que os demais supracitados.  Além de tudo isso, a realidade da cidade de Petrópolis é a da escassez total de opções de lazer e cultura acessíveis para a população, especialmente a parcela jovem, que encontra nas praças e nos bares suas fontes de divertimento e sociabilidade.
Merecem destaque algumas partes da referida reportagem: 

"Paulo Cezar e outros seis síndicos já aderiram ao movimento contra o Solstício do Som, como é o caso do aposentado Hélio Martins Fiúza, 86 anos, síndico do Condomínio Edifício Barão de Vassouras, que tem aproximadamente 70 moradores. Para ele, o problema poderia ser resolvido com a redução do volume do som e segurança. “Uma vez por mês a banda 1º de Setembro se apresenta no coreto e não incomoda ninguém, porque eles não usam amplificador." (...)
"Na opinião de Paulo Cezar, a melhor solução é mesmo o encerramento do festival. “Esse tipo de apresentação tem que ser feita em teatros”, (...)

"A comerciante Janete Najm, 58 anos, moradora do Condomínio Edifício Barão de Vassouras, é mais uma que quer o fim das apresentações. Ela reclama do barulho que invade seu apartamento: “A tortura começa cedo. Não conseguimos ver televisão ou sequer conversar”. Assim como ela, os aposentados Therezinha, 66 anos, e Manoel Monteiro, 70, são contra o festival. “Quando comprei o imóvel achei que estava indo morar num lugar sossegado. Não sou obrigada a participar do que não gosto e este evento ultrapassa todos os limites”, diz Therezinha, que reclama especialmente do dia do festival que se dedica ao rock."(...) 
://tribunadepetropolis.imprensa.ws/2012/index.phpoption=com_content&view=article&id=43866&catid=70
O fato de não ter havido sequer a primeira opção pelo diálogo partindo dos moradores "incomodados" com os organizadores do evento mostra a vontade de dominar uma área pública que deve ser pertencente à toda a população da cidade; além disso, temos os problemas comuns de ruido em áreas centrais das cidades, principalmente quando concentram em considerável número bares e restaurantes como é o caso do entorno da Praça da Liberdade em Petrópolis. E a praça, de quem é afinal?
A Praça
"A praça é do povo!
como o céu é do condor". 
É o antro onde a liberdade 
cria águias em seu calor. 
Senhor,pois quereis a praça? 
Desgraçada a população! 
Só tem a rua de seu... 
Ninguém vós rouba os castelos, 
Tende palácios tão belos... 
Deixai a terra ao Anteu. 
Mas embalde...que o direito 
Não é pasto de punhal 
Nem a patas de cavalo 
Se faz um crime legal... 
Ah! não há muitos setembros! 
Da plebe doem-se os membros 
No chicote do poder, 
E o momento é malfadado 
Quando o povo ensanguentado 
Diz: já não posso sofrer.
Castro Alves

Momentos do Solstício do Som Inverno 2012
Fotos de Mariana Rocha





terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Retrospectiva 2012: Um ano de muitas lutas e vitórias


"É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossas fantasias. Sonhos, acredite neles" Lenin

No ano de 2012 o Comitê completou um ano de existência, no entanto, apesar de seu pouco tempo de vida, foi um período de muitas lutas e conquistas junto ao povo petropolitano. Começamos com uma vitória, fruto das lutas de 2011, que foi a aprovação da CPI dos Transportes que, apesar de ter sido finalizada forçosamente, alterou algumas partes do edital de licitação para as novas empresas de ônibus (licitação que também foi defendida pelo Comitê em manifestação com cerca de 50 pessoas em novembro de 2011). Além de alcançarmos nosso grande objetivo quanto à Casa da Morte, conseguimos organizar e conscientizar parte considerável dos trabalhadores e da juventude dessa cidade, através de diversas manifestações, grupos de estudos, atividades culturais e comunicados pela imprensa local e nacional.


A elaboração de um projeto de cidade
"Lutas como a de Petrópolis precisam ser preparadas e levadas a efeito em todo o Brasil" Luiz Carlos Prestes

Conscientes da importância de se elaborar um projeto político para a cidade levando em consideração a participação e as aspirações de nosso povo, membros do Comitê passaram os primeiros meses do ano pesquisando (através da imprensa, nos grupos da internet e visitando pessoalmente alguns bairros) os problemas de nosso município. O resultado foi uma plenária para a discussão de nossa plataforma política que culminou no documento "Plataforma de 45 pontos para 2012 - 2013".

Veja algumas fotos dessa plenária
 
 


Formação política e cultural
"Sem teoria revolucionária não há movimento revolucionário" Lenin

Desde sua fundação o Comitê trata a tarefa de formar politicamente o povo como algo fundamental. Para a formação teórica dos nossos quadros foram feitos mais de 30 encontros do grupo de estudos de marxismo leninismo realizado através do CEPPES na Casa da Cidadania. Diversas obras de pensadores clássicos (Marx, Engels, Lenin, Che Guevara, Fidel Castro, Gramsci, Maiakóvsky, Carlos Lamarca, Luiz Carlos Prestes, etc.) foram lidas e debatidas à luz do mundo contemporâneo.

  

Sabendo da importância de se elevar o grau de consciência do povo petropolitano, o Comitê ainda deu algumas aulas de informática e música para a juventude da comunidade do Independência. 


Buscando resgatar a história de Petrópolis, ignorada pela historiografia oficial, composta por muitas lutas (como a presença da Aliança Nacional Libertadora no enfrentamento ao fascismo em 1935, a candidatura de Yedo Fiúza à Presidência da República nas eleições de 45, a vida de Jana Moroni - guerrilheira morta no Araguaia durante a Ditadura Militar (1964 - 1985) passamos a utilizar a televisão para chegar aos petropolitanos e, através do bloco "Além da Cidade Imperial" no programa "Falando Sério" de Yuri Moura, estamos dando nossa contribuição nesse redescobrir da cidade.


Solidariedade internacional
"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, somos companheiros" Che Guevara

O ano de 2012 também foi um ano de ofensiva imperialista pelo mundo. Com o agravamento da crise do modo de produção capitalista as elites internacionais estão recorrendo cada vez mais às saídas militares para seus problemas, conforme podemos ver nas invasões e financiamento de mercenários em países do Oriente Médio (onde a Palestina segue sendo massacrada por Israel) e nas desestabilizações promovidas contra governos patrióticos da América Latina (como o recente golpe que derrubou Lugo no Paraguai). Atuando como braço direito do imperialismo, a grande mídia (inclusive brasileira) utiliza seu poder para espalhar mentiras contra aqueles que ousam resistir. Em solidariedade aos povos irmãos e aos projetos de independência e liberdade que representam, o Comitê continuou a distribuir nas bancas da cidade os jornais Inverta (periódico nacional que cobre lutas do mundo inteiro) e Granma (orgão oficial do governo cubano). Além disso, realizou 2 cineclubes: Um em defesa de Cuba e da Coréia socialista (em que foram exibidos relatos de camaradas que conheceram a Coréia e o documentário "Sicko" que compara o sistema de saúde cubano ao dos EUA) e outro com o filme "Panteras Negras" onde é possível ver as grandes contradições dos Estados Unidos da América e a hipocrisia daqueles que se dizem os "defensores da democracia no mundo" (sic).



Eleições municipais
"Está nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
E na hora que a televisão brasileira
Destrói toda gente com a sua novela
É que o Zé bota a boca no mundo
Ele faz um discurso profundo
Ele quer ver o bem da favela"
Leci Brandão

Eleições são sempre momentos difíceis, pois sabemos que é impossível mudar o sistema por dentro. No entanto, é preciso buscar as melhores alternativas e garantir os avanços possíveis enquanto não há força para algo que rompa com o Estado nos seus moldes atuais. 
Paulo Mustrangi vinha fazendo um governo ruim (e por incrível que pareça conseguiu piorar nos meses que seguiram) e, se aproveitando desta fragilidade, alguns candidatos se apropriaram de bandeiras reacionárias de Direita para a defesa de projetos anti-populares. Não tivemos dúvidas: Declaramos nosso voto ao candidato no qual grande parte da esquerda da cidade se uniu, Rubens Bomtempo, e tivemos uma grande vitória nessa luta contra o poder econômico.
Para a Câmara de Vereadores ficamos muito felizes em defender o candidato Yuri Moura, jovem socialista e liderança política que conquistou rapidamente seu espaço na cidade. Os mais de mil votos obtidos nessa primeira tentativa de sua carreira (numa campanha sem dinheiro, feita por militantes) foram os primeiros passos de um grande futuro no qual nos orgulhamos de fazer parte.



Campanha pela criação de um Centro de Memória, Verdade e Justiça na antiga Casa da Morte
"Eu sou a pátria que lhe esqueceu
O carrasco que lhe torturou
O general que lhe arrancou os olhos
O sangue inocente
De todos os desaparecidos
Os choque elétrico e os gritos
- Parem por favor, isto dói
(...)
Eu sou a lembrança do terror
De uma revolução de merda
De generais e de um exército de merda
Não, nunca poderemos esquecer
Nem devemos perdoar
Eu não anistiei ninguém
Abra os olhos e o coração
Estejamos alertas
Porque o terror continua
Só mudou de cheiro
E de uniforme"
Legião Urbana

Desde seus primeiros dias de existência o Comitê tem estado junto do CDDH (idealizador da campanha) e da equipe da peça "O Trombone e o fuzil" na luta pela transformação da Casa da Morte em um Centro de Memória, Verdade e Justiça. Foram diversas atividades realizadas pelo Comitê nas ruas da cidade nas quais a existência deste centro clandestino de tortura e extermínio (utilizado pela Ditadura Militar burguesa entre 1971 e 1974) foi denunciada ao povo. A principal delas se deu no dia 05 de julho, aniversário de um ano da nossa fundação, em que realizamos uma manifestação que colheu cerca de 500 assinaturas pela criação dessa Centro de Memória.

 
 
 
 
 
 
 
 
 

Em dezembro, junto de outras entidades (como a Articulação Estadual pela Memória Verdade e Justiça), nos manifestamos em frente ao imóvel e realizamos, no Palácio Rio Negro, o debate "Lugares de Memória: A Casa da Morte" , que contou com a presença do Coletivo Memória, Verdade e Justiça, de Aluysio Robalinho - Diretor do Palácio Rio Negro, da Dra Nadine Borges - Comissão Nacional da Verdade e representante da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, da Dra Rosa Cardoso – Membro da Comissão Nacional da Verdade,  e de Wadih Damous, presidente da OAB RJ.

Retratos das vítimas que passaram pela casa

 Manifestação ao som de palavras de ordem

 Leitura dos nomes das vítimas acompanhados pelo tradicional grito de "presente!"

 Pequena encenação simulando um "pau de arara" enquanto o poema "Liberdade" de Carlos Marighela é declamado

 A encenação um pouco mais de perto

 Final do ato ao som de "Roda Viva" de Chico Buarque

Comitê, junto de diversas entidades, na mesa do debate "Lugares de Memória: A Casa da Morte"
 
Durante a campanha vários aliados foram surgindo, como a banda Controle, que abriu espaço em seus shows para que o Comitê levasse o abaixo-assinado.

 
 
Além disso, participamos dos cineclubes que o CDDH realizou em prol dessa bandeira e do "Seminário Latino Americano Sobre Lugares de Memória", em que a Casa da Morte foi um dos temas debatidos.


Em agosto obtivemos a primeira vitória, que foi o decreto da prefeitura que tornou a casa em "imóvel de utilidade pública". No final do ano foi decretada a desapropriação, coroando todo o processo de lutas que agora precisa apenas da liberação de verba pública para se concretizar.


Grupo de trilhas
"A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer..."
Titãs

Relaxar também é importante. Nossa cidade possui uma geografia que favorece os amantes da natureza e o Comitê tem se esforçado para conhecer e manter preservada toda essa riqueza natural.



Aos que lutaram conosco ombro a ombro
"Sinto nas consciências viris dos que estão comigo a pulsar a atividade da cidadania futura que estamos a construir."
(Antonio Gramsci)

Nada disso teria sido possível se não fosse a disposição de pessoas que ousam construir um mundo novo, nas quais agradecemos a honra de poder lutar ao lado.

Em primeiro lugar saudamos todos aqueles que ajudaram a construir as atividades do Comitê. A importância dos membros que dão vida à organização é imensurável e dispensa citações nominais, já que a força de cada um é parte fundamental de nossa força coletiva.













Além dos militantes de nossa organização outras entidades nos ajudaram e merecem nossas felicitações por esse ano de alegrias:
. Casa da Cidadania (especialmente Eliane Sans, André Rocha e de Valéria)
. CDDH - Centro de Defesa dos Direitos Humanos (especialmente Mariana Barros, Carla Fernandez, Diego do Valle, Breno Figueiredo, Eliana Rocha e Jean)
. Brigadas Populares (especialmente o camarada Roberto Márcio)
. Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça
. Articulação Estadual pela Memória, Verdade e Justiça RJ
. Militantes do PSOL que ajudaram na elaboração da plataforma 
. Sindicato dos Metalúrgicos
. Sindicato dos Gráficos
. Banda Controle 
. Palácio Rio Negro
. Jornal Inverta
. Equipe do programa "Falando Sério" com Yuri Moura (especialmente Roberto Neto e Philippe Motta, além do próprio Yuri).
. Equipe da peça de teatro "O Trombone e o fuzil " (principalmente o prof. Sylvio Costa e Pita Cavalcanti)
. Bancas de jornal da Pista de skate e da Praça Dom Pedro II
. Diversos profissionais da imprensa municipal, tanto televisiva quanto digital e impressa, que têm noticiado nossas atividades


Que venha 2013!!!
"Os trabalhadores nada têm a perder a não ser suas correntes, mas têm um mundo a ganhar!" Karl Marx e Friederich Engels

Apesar do avanço na organização popular, o ano de 2012 termina e Petrópolis entra em 2013 com muitos problemas. O transporte público continua caro e caótico, a saúde está em crise e os índices educacionais e econômicos insistem na queda. Será necessária muita luta nesse ano que se inicia e para que as mesmas venham a concretizar vitórias precisamos cada vez mais dos corações e mentes de homens e mulheres que desejem lutar por uma cidade melhor. Não temos nada a perder, apenas correntes de escravidão, porém temos um mundo a ganhar!


"Odeio os indiferentes. Viver significa tomar partido.Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida, é o peso morto da história. Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédioas suas lamúrias de eternos inocentes." Gramsci

E você, será mais um indignado indiferente ou se tornará senhor da própria história? Estamos te esperando nas nossas atividades!


Ousar lutar, ousar vencer! Venceremos!

sábado, 8 de dezembro de 2012

Ato na Casa da Morte de Petrópolis

Foi realizado sexta-feira, 7 de dezembro, em Petrópolis, um ato nacional pela desapropriação da Casa da Morte de Petrópolis. Coordenado por entidades municipais (Comitê Petrópolis em Luta e Centro de Defesa dos Direitos Humanos) e outras (Articulação Estadual pela Memória Verdade e Justiça RJ e Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça), com apoio da OAB RJ e do Palácio Rio Negro, a atividade foi realizada em 2 momentos; num primeiro, os manifestantes exigiam a desapropriação na frente do próprio imóvel e depois encerraram a atividade com uma palestra no Palácio Rio Negro.
Entre os cerca de 100 manifestantes que estiveram presentes à frente do imóvel à Rua Arthur Barbosa, nro 120, Caxambu, estiveram o presidente da OAB RJ Wadih Damous, a membro da Comissão Nacional da Verdade, Dra. Rosa Cardoso, a representante da Comissão Nacional da Verdade Brasil, Dra Nadine Borges, membros da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, os coordenadores do ato, Juventude PT, Brigadas Populares, além de diversas outras entidades que militam pela causa dos Direitos Humanos e da Memória de resistência no País. A proposta dos manifestantes é a de que haja uma união entre as três esferas de poder para que a verba indenizatória para a efetivação da desapropriação seja obtida.
Desde o ano passado, o CDDH e o Comitê Petrópolis em luta realizaram várias atividades na cidade de Petrópolis com esse mesmo objetivo, além da divulgação e esclarecimento da população do Município sobre a existência deste centro de torturas e extermínio da ditadura militar brasileira neste município. Durante o ato na Casa da Morte, o Comitê Petrópolis em Luta realizou uma encenação, enquanto era declamado o poema “Liberdade” de Carlos Marighella, que consistiu na simulação de tortura comumente praticada à época no “pau de arara”, finalizando com a tradicional chamada dos nomes dos cerca de 25 militantes que foram provavelmente executados naquela casa. 
Acompanhe aqui a encenação do CPL
Fernanda Pradal (Organização de Direitos Humanos ISER) realizou a leitura do depoimento dado à OAB, no ano de 79, de Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da casa, e peça chave para que este imóvel fosse identificado como o centro de torturas na cidade de Petrópolis; além de música, grafismo, faixas e cartazes.
No final da tarde, houve um ciclo de debates, no Palácio Rio Negro, com a presença de grande parte dos manifestantes e cuja formação da mesa contou com a presença do Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça, Aloysio Robalinho – Presidente do Palácio Rio Negro, Dra Nadine Borges –CNV Brasil, Dra. Rosa Cardoso – advogada de presos políticos e membro da CNV - Comissão Nacional da Verdade, Dr Wadih DamousPresidente da OAB RJ e Prof. Diego Grossi, Coordenador Geral do CPL – Comitê Petrópolis em Luta.
Foi anunciado para todos os presentes que, em publicação no Diário Oficial de Petrópolis, (do expediente de 21/11/12, nro 016027/12) , a prefeitura autorizou a desapropriação da Casa da Morte para fins de utilidade pública. Tal anúncio foi feito pela advogada Rosa Cardoso, da CNV, que recebeu ofício do Ministério Público Federal; sendo esse o segundo passo para efetivar-se a desapropriação do imóvel.
"A autorização é uma vitória da sociedadeÉ importante que a Comissão consiga ajudar a articular os problemas que podem surgir [para colocar em prática a desapropriação] para que eles não fiquem a cargo só dos Poderes Municipal, Estadual e Federal", comentou Dra Rosa.
Esse ato na casa da morte de Petrópolis foi uma continuação do Seminário Latino-Americano de Lugares de Memória ocorrido nos dias 27 e 28 de novembro, no Arquivo Nacional, RJ, realizado pela Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, que contou com a presença do CDDH Petrópolis e do CPL, Comitê Petrópolis em Luta, demais entidades da capital, também representantes de centros de memória do Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai para iniciar os debates dos propósitos de um Centro de Memória , ao exemplo dos já existentes na América Latina.
Outras manifestações estão sendo articuladas para o próximo ano até que tenhamos vencido esta causa de relevância internacional.
COMITÊ PETRÓPOLIS EM LUTA
(4 últimas fotos da Comissão Nacional da Verdade)