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domingo, 20 de novembro de 2011

Desabrigados de Itaipava se organizam para exigir os seus direitos

Moradores de Itaipava que perderam suas casas durante as chuvas estão se organizando através do Movimento 12 de Janeiro, responsável por uma série de manifestações ocorridas nos últimos dias. Assista um vídeo da manifestação realizada no dia 08 de novembro:

Campanha pela redução da passagem começa com manifestação




   A campanha em prol da redução da tarifa de ônibus começou bem. No dia 18 de novembro foi realizada a primeira manifestação que contou com a presença de cerca de 50 petropolitanos ao longo de todo o ato. Além da entrega de panfletos, também foi realizada a assinatura do abaixo-assinado que já conta com cerca de 500 nomes.
   Representantes de outras organizações estiveram no ato e falaram para a população, entre eles Antonio Cícero (Jornal Inverta), Roberto Márcio (Brigadas Populares) e Cláudio Campos (Movimento 12 de Janeiro, dos desabrigados de Itaipava). 
   Veículos de imprensa alternativos também cobriram o ato. Além do Jornal Inverta (que distribuiu exemplares do jornal entre os participantes) o apresentador Carlos Madureira esteve no local junto com a sua equipe, filmando e entrevistando os participantes. O jornal Gazeta das Cidades ajudou na divulgação do evento (*1).
   A manifestação teve início às 18 horas na Praça Dom Pedro II e por volta das 19:30 os participantes que ainda encontravam-se no local partiram em uma caminhada pelo centro até o terminal de ônibus, onde terminaram de recolher mais assinaturas.
   Na próxima semana, o Comitê irá levar a campanha até outros locais da cidade.

*1: O Jornal Inverta pode ser encontrado nas bancas de jornal das praças Dom Pedro II e do Skate. O programa "Fique Por Dentro", de Carlos Madureira, é exibido ao vivo de segunda à sexta na TV Vila Imperial (21:30 na segunda e na terça e uma hora antes nos demais dias).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Debate sobre a mídia aprova plataforma reivindicatória


"Os capitalistas chamam "liberdade" a dos ricos de enriquecer e a dos operários para morrer de fome. Os capitalistas chamam liberdade de imprensa a compra dela pelos ricos, servindo-se da riqueza para fabricar e falsificar a opinião pública". Lenin

    No dia 26 de outubro o Comitê Petrópolis em Luta realizou o cineclube “Democratização e papel da mídia na sociedade atual”, que além de exibir parcialmente o documentário “Muito Além do Cidadão Kane”, contou com a presença da presidenta do Movimento Nacional de Lutas Contra o Neoliberalismo, Osmarina Portal, para discutir o papel do Comitê na luta por uma nova sociedade.
    Mais de 15 pessoas participaram da discussão, entre elas estudantes, jornalistas, professores e representantes de partidos políticos e outros movimentos. Após a discussão sobre os principais problemas do capitalismo contemporâneo e o papel da mídia na divulgação parcial destes problemas, foi aprovada uma plataforma de reivindicações sobre a necessidade de democratizar os meios de comunicação.
    Um dos motivos que levaram a escolha do tema foi o aumento recente de denúncias sobre supostos ataques à liberdade de expressão no município. Entre os problemas registrados estão a demissão de um apresentador de uma TV local por falar mal do governo municipal, a agressão sofrida pelo apresentador Carlos Madureira (29 de setembro) por parte do vereador Márcio Arruda, em frente à Câmara Municipal, ameaças de morte sofridas por um blogueiro petropolitano e a própria ausência na imprensa local sobre uma série de denúncias, como por exemplo, os supostos casos de corrupção na Associação Petropolitana de Estudantes. A plataforma aprovada após a discussão foi a seguinte:
- Apoio aos veículos alternativos, digitais ou impressos;
- Regulamentação estatal sobre os meios de comunicação;
- Fortalecimento e popularização dos canais estatais;
- Fim das perseguições às rádios comunitárias;
- Limitação do orçamento público municipal destinado à publicidade;
- Defesa da liberdade de expressão popular e repúdio às perseguições ocorridas no município.

Atual dono da "Casa da Morte" participa de debate sobre a criação desse imóvel em museu


   O "Dialógos", evento realizado pelo Centro de Defesa dos Direitos Humanos no dia 19 de outubro, com o apoio do Comitê, foi marcado pela presença emocionante do atual dono da "Casa da Morte".
    O evento fez parte da campanha pela transformação da casa em museu e durante as intervenções do público, o atual dono da casa e seu filho pediram a palavrae tornaram públicas as suas opiniões.
    De acordo com estes, a casa foi adquirida pela família ainda na década de 80 e o passado do imóvel não era conhecido. Apesar de apoiarem a criação de um museu, não concordam que sejam no imóvel, pois de acordo com a família há apego entre seus membros e a casa.
     Diante do posicionamento dos donos do imóvel, vários participantes (entre eles diretores do CDDH e do Comitê) expuseram a necessidade de se estabelecer um diálogo para resolver a questão, mas destacaram a importância de se construir um museu no maior centro clandestino de torturas da Ditadura Militar.
     Questionados sobre a possibilidade de haver corpos de vítimas do regime no terreno, a família se prontificou a ajudar nas investigações.


Direção do Comitê Petrópolis em Luta participa do ato de comemoração dos 20 anos do Jornal Inverta e do VII Seminário Internacional de Lutas Contra o Neoliberalismo


   3 integrantes do Comitê Petrópolis em Luta participaram do VII Seminário Internacional de Lutas Contra o Neoliberalismo e do ato conjunto de comemoração dos 20 anos do Jornal Inverta, realizado no dia 08 de outubro na UERJ.
    O evento contou com a participação de vários representantes da intelectualidade brasileira e mundial, entre elas representantes do PCML, PCB, CEPPES, Cuba, Líbano, Venezuela, etc.
   Além dos diversos debates foram realizados vários atos culturais.

Comitê realiza panfletagem mobilizando para debate sobre a "Casa da Morte"


   No dia 18 de outubro o Comitê realizou uma panfletagem dentro do terminal do centro, mobilizando as pessoas para o debate do dia 19, realizado pelo CDDH com apoio do Comitê.
   Além da panfletagem, os membros do comitê dialogaram com a população sobre a importância da transformação da "Casa da Morte" em museu, pois uma das formas de impedirmos que o passado se repita é tornando-o conhecido.
   A "Casa da Morte de Petrópolis" foi um centro de tortura e assassinato clandestino, montado pela Ditadura Militar para punir aqueles que lutavam por liberdade. A casa localiza-se na Rua Arthur Barbosa, 120, entre o Centro e o bairro Caxambú.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Debate sobre a mídia tem data remarcada

Devido ao debate sobre a "Casa da Morte" de Petrópolis (local onde a Ditadura Militar assassinava presos políticos do país inteiro), realizado pelo CDDH (com o apoio do CPL) na mesma data (19/10), o debate sobre a mídia foi transferido para o dia 26 do mesmo mês, mantendo a hora e o local.

Compreendemos que ambos os temas são importantíssimos para a população petropolitana.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Comitê Petrópolis em Luta apoia a campanha pela transformação da "Casa da Morte" em museu

Foto da casa utilizada como aparelho de tortura em Petrópolis

 "No dia 01 de dezembro de 2010, o Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis realizou um ato-evento em comemoração aos 25 anos de lançamento do livro Brasil Nunca Mais, ocasião na qual foram rememoradas as atrocidades cometidas pela ditadura militar neste país e reivindicadas a memória, a verdade e a justiça para os sobreviventes, seus familiares e todos os brasileiros.

Nesta história obscura marcada por extrema covardia dos agentes do Estado, Petrópolis ficou conhecida entre os opositores do regime político da época como sede de uma casa de tortura da qual, ao que tudo indicava, ninguém saía vivo: a “Casa da Morte” ou “Casa dos Horrores”, localizada à Rua Arthur Barbosa, Centro, nº 120.

Foram muitos os que ali estiveram clandestinamente presos, tendo sofrido cruéis e por vezes sofisticadas técnicas de violência: Inês Etienne Romeu, Aluísio Palhano Pedreira Ferreira, Heleny Teles Guariba, Paulo Celestino da Silva, Ivan Mota Dias e muitos outros que tiveram suas mentes dilaceradas, seus corpos destruídos ou enterrados em cemitérios clandestinos. De todos que passaram por esta nefasta casa, até onde se sabe, apenas Inês escapou à morte. Tudo por ousarem lutar pela liberdade e pela democracia.

O reconhecimento deste espaço como um lugar utilizado pela ditadura militar para torturar, matar e reprimir a luta pela democracia neste país, bem como a publicização dos documentos que revelem quem nesta casa esteve preso, é fundamental para que as novas gerações conheçam essa história e para que ela nunca mais se repita.

É por estes homens e mulheres e tantos outros assassinados nos porões da ditadura que o Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis, constituído em 1979, na luta pela democracia e defesa dos direitos humanos, unido a outras organizações, movimentos e pessoas que assinam este documento, vêm reivindicar que a Prefeitura Municipal de Petrópolis, através de seu prefeito, Paulo Mustrangi, adquira a “Casa da Morte” de Petrópolis e que ali crie um Centro de Memória, Verdade de Petrópolis. "

Faça parte da campanha! Assine a petição clicando aqui.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Comitê Petrópolis em Luta realiza cineclube e debate sobre o papel da mídia nos dias atuais


- Entrada gratuita.

- Emissão de certificado de participação.

Jornal Inverta comemora 20 anos com discussão sobre os reflexos da crise capitalista na educação


Jornal Inverta: 20 anos de lutas pelo povo brasileiro

O Inverta é um jornal mensal de circulação nacional cujos objetivos são esclarecer e defender o povo brasileiro, muito diferente dos impressos e demais meios de comunicação da grande mídia, representantes dos interesses da elite nacional e muitas vezes subservientes ao imperialismo.

Em Petrópolis as publicações da Cooperativa Inverta (jornal Inverta, jornal O Granma - publicação internacional oficial da Revolução Cubana em português - e revista Ciência e Luta de Classes)  podem ser encontradas nas bancas de jornal das praças do skate e Dom Pedro II.


Ato de comemoração

O evento ocorrerá paralelamente ao VII Seminário Internacional de Lutas Contra o Neoliberalismo e à comemoração dos 19 anos da presença do Granma Internacional no Brasil e 4 da Prensa Latina.

Na parte da manhã ocorrerá o lançamento do livro "A Crise do Capital em marx e suas implicações nos paradigmas da educação: Contribuição ao Repensar Pedagógico no Século XXI" de Aluisio Bevilaqua. A mesa de abertura será composta por várias representações nacionais e internacionais. Já na parte da tarde ocorrerá uma série de atividades culturais (música, teatro, poesia, etc.).

- Data: 08 de outubro de 2011.
- Local: Teatro Noel Rosa - UERJ (Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã).
- Hora: das 9 às 21h.

Interessados em participar podem entrar em contato conosco. Serão emitidos certificados de participação.

Tragédia na região serrana do Rio expõe limites do capitalismo

Tragédia no Vale do Cuiabá - Foto de Marcelo Ramos

“Dizer que o homem vive da natureza significa que a natureza é o corpo dele, com o qual deve se manter em contínuo intercâmbio a fim de não morrer. A afirmação de que a vida física e mental do homem e a natureza são interdependentes, simplesmente significa ser a natureza interdependente consigo mesma, pois o homem é parte dela.”

Karl Marx. Manuscritos econômico-filosóficos.


    Nos últimos anos têm sido frequentes as catástrofes naturais, nas quais a classe trabalhadora tem sido a grande prejudicada. Podemos identificar duas causas principais. A primeira é a desestabilização ambiental causada pela ação inconsequente do homem (principalmente dos países ricos) e a segunda é a segregação geográfica que a população mais pobre vem sendo vítima, obrigada a se concentrar em locais de risco, onde conseguem terrenos baratos e livres de impostos.

    Na serra fluminense, outros fatores geográficos contribuem ainda mais para calamidades deste tipo, pois além de ser uma área montanhosa, onde a terra da superfície é mais fraca, as nuvens de chuva concentram-se na região. Nos anos de 1988 e 2008 tivemos tragédias parecidas com a última, mas nada foi feito pelo poder público para impedir novas catástrofes. Apesar de respostas do governo e da sociedade em geral, através de abrigos, liberação de verbas, etc., as medidas são paliativas e ocorrem somente após o pior já ter acontecido. Na terça-feira (11/01) o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um boletim que foi ignorado pelas autoridades, informando sobre a possibilidade de chuvas fortes na região.

    No mesmo período, a Austrália também foi vítima da fúria da natureza, porém o número de mortos nesse país (cerca de 20) não chega a 5% dos mortos na região serrana, demonstrando como as consequências da exploração capitalista junto ao meio ambiente cairão principalmente sobre os indivíduos pobres, concentrados nos países em desenvolvimento. De acordo com dados do próprio Banco Mundial, a população dos países ricos (20% da população mundial) é responsável pela emissão de cerca de 50% de todo CO2 emitido pela humanidade. Omar Baddour, especialista do WMO (World Meteorological Organization) atribui ao aquecimento global a intensificação de extremos meteorológicos, já que com o derretimento das geleiras e o aumento do vapor de água nos oceanos e florestas a atmosfera fica mais úmida, piorando as chuvas que já são típicas nesta época do ano. A ONU informou, nesta sexta-feira (14/01) que a tragédia ocorrida na região serrana está entre os 10 piores deslizamentos da década.

    De acordo com a Defesa Civil, cerca de 40 mil pessoas de Petrópolis (13% da população) moram em áreas de risco. As atitudes do poder público têm se resumido a remoção forçada de parcela pífia destas pessoas e a destruição de suas casas, não respeitando os laços de amizade e afinidade com o local de moradia. A maior parte passa a receber um auxílio mensal que não passa de 300 reais, forçando-os a voltar a morar em locais de difícil acesso, só que dessa vez como locatários. Apenas algumas pessoas recebem uma nova moradia.

    A crise ambiental é apenas mais um aspecto da crise capitalista, reflexo da falência do mesmo. Suas contradições não apresentam mais apenas entraves ao desenvolvimento das forças produtivas, mas sim uma ameaça real à própria espécie humana, tornando imperativa sua substituição. Alguns apresentam as tragédias como um evento metafísico, supostas provas do final dos tempos, quando na verdade estamos diante de um evento histórico que deve ser analisado de maneira científica. Se existe algum fim próximo, este fim é o da era da exploração do homem pelo homem. A solidariedade demonstrada pela população em geral e principalmente por aqueles que mesmo sofrendo com as tragédias ajudam vizinhos e amigos, deixa claro que a classe trabalhadora está disposta a viver num mundo diferente.

    Chega de pagarmos pela crise capitalista! Lutemos para acabar com esse sistema maldito e por uma sociedade harmônica consigo mesma e com a natureza! Ou a humanidade constrói um futuro diferente ou não teremos futuro para construir nada.

Diego Grossi

Publicado originalmente no site do Jornal Inverta

Povo petropolitano sofre com caos no sistema público de transporte

Ônibus quebrado na Rua Floriano Peixoto

    Petrópolis, cidade serrana do RJ, que possui pouco menos de 300.000 habitantes, é conhecida nacionalmente como um dos principais pontos turísticos do estado. A elite local sempre “vendeu” uma imagem de perfeição, atraindo todo ano milhares de turistas. Porém, a realidade da população local é bem distinta. Além de todos os problemas vividos em qualquer cidade brasileira, o povo tem sido vítima de um transporte caótico, misto de uma das passagens mais caras do país (R$ 2, 50), com ônibus sucateados, filas intermináveis, trânsito mal planejado, etc.

    Em 2006, de maneira obscura, a prefeitura renovou o contrato de todas as empresas de ônibus, sem abrir licitação e sem exigir renovação na frota. No ano de 2009 (após a vitória do oposicionista e atual prefeito, Paulo Mustrangi – PT) era visível que mudanças precisavam ser efetuadas, mas a única atitude tomada foi a implementação do sistema de integração aberta (antes feita em terminais de desembarque), não resolvendo a situação, que em 2010 piorou. Quase todos os dias, ônibus quebram, passageiros esperam horas nas imensas filas e veículos imundos saem às ruas. No dia 03 de março a prefeitura convoca uma reunião do Conselho Municipal de Trânsito, onde junto dos empresários (após acusarem-se pela situação do transporte), e diante da pressão popular (mais de 300 pessoas estiveram presentes), comprometem-se a resolver a situação dentro de 30 dias. Porém, mesmo indo contra a vontade das empresas, a prefeitura limita-se a uma intervenção em 3 destas e após ter injetado 5 milhões dos cofres públicos é obrigada â caçar a concessão das mesmas e abrir processo licitatório (demoraram até o final de setembro para fazer o óbvio). Além da compra de alguns ônibus novos por empresas que ficaram de fora da intervenção, nada de concreto foi feito para resolver o transporte público que ameaça entrar em colapso a qualquer momento, muito pelo contrário, já que o prefeito decretou o aumento da tarifa que já era absurda (R$ 2,20), dificultando ainda mais a vida dos cidadãos..

    Algumas medidas imediatas precisam ser tomadas, como o escoamento do trânsito no centro da cidade, a renovação da frota (grande parte dos ônibus já ultrapassaram seu tempo de vida útil), a redução da tarifa, etc. Além disso, os responsáveis precisam responder criminalmente pela situação desgraçada em que deixaram o povo, que vem resistindo através de manifestações localizadas (partidos tradicionais e parte considerável das entidades do movimento social vêm se omitindo, já que possuem interesses ligados à prefeitura e empresários).

    Toda essa situação mostra a fragilidade que é termos empresas privadas responsáveis por serviços públicos essenciais, delegando ao Estado apenas o papel de fiscal. Em Petrópolis, ambos falharam e quem está pagando até hoje é a população trabalhadora.

Diego Grossi 

Publicado originalmente (com pequenas modificações) no Jornal Inverta 448