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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Comitê Petrópolis em Luta realiza cineclube e debate sobre o papel da mídia nos dias atuais


- Entrada gratuita.

- Emissão de certificado de participação.

Jornal Inverta comemora 20 anos com discussão sobre os reflexos da crise capitalista na educação


Jornal Inverta: 20 anos de lutas pelo povo brasileiro

O Inverta é um jornal mensal de circulação nacional cujos objetivos são esclarecer e defender o povo brasileiro, muito diferente dos impressos e demais meios de comunicação da grande mídia, representantes dos interesses da elite nacional e muitas vezes subservientes ao imperialismo.

Em Petrópolis as publicações da Cooperativa Inverta (jornal Inverta, jornal O Granma - publicação internacional oficial da Revolução Cubana em português - e revista Ciência e Luta de Classes)  podem ser encontradas nas bancas de jornal das praças do skate e Dom Pedro II.


Ato de comemoração

O evento ocorrerá paralelamente ao VII Seminário Internacional de Lutas Contra o Neoliberalismo e à comemoração dos 19 anos da presença do Granma Internacional no Brasil e 4 da Prensa Latina.

Na parte da manhã ocorrerá o lançamento do livro "A Crise do Capital em marx e suas implicações nos paradigmas da educação: Contribuição ao Repensar Pedagógico no Século XXI" de Aluisio Bevilaqua. A mesa de abertura será composta por várias representações nacionais e internacionais. Já na parte da tarde ocorrerá uma série de atividades culturais (música, teatro, poesia, etc.).

- Data: 08 de outubro de 2011.
- Local: Teatro Noel Rosa - UERJ (Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã).
- Hora: das 9 às 21h.

Interessados em participar podem entrar em contato conosco. Serão emitidos certificados de participação.

Tragédia na região serrana do Rio expõe limites do capitalismo

Tragédia no Vale do Cuiabá - Foto de Marcelo Ramos

“Dizer que o homem vive da natureza significa que a natureza é o corpo dele, com o qual deve se manter em contínuo intercâmbio a fim de não morrer. A afirmação de que a vida física e mental do homem e a natureza são interdependentes, simplesmente significa ser a natureza interdependente consigo mesma, pois o homem é parte dela.”

Karl Marx. Manuscritos econômico-filosóficos.


    Nos últimos anos têm sido frequentes as catástrofes naturais, nas quais a classe trabalhadora tem sido a grande prejudicada. Podemos identificar duas causas principais. A primeira é a desestabilização ambiental causada pela ação inconsequente do homem (principalmente dos países ricos) e a segunda é a segregação geográfica que a população mais pobre vem sendo vítima, obrigada a se concentrar em locais de risco, onde conseguem terrenos baratos e livres de impostos.

    Na serra fluminense, outros fatores geográficos contribuem ainda mais para calamidades deste tipo, pois além de ser uma área montanhosa, onde a terra da superfície é mais fraca, as nuvens de chuva concentram-se na região. Nos anos de 1988 e 2008 tivemos tragédias parecidas com a última, mas nada foi feito pelo poder público para impedir novas catástrofes. Apesar de respostas do governo e da sociedade em geral, através de abrigos, liberação de verbas, etc., as medidas são paliativas e ocorrem somente após o pior já ter acontecido. Na terça-feira (11/01) o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um boletim que foi ignorado pelas autoridades, informando sobre a possibilidade de chuvas fortes na região.

    No mesmo período, a Austrália também foi vítima da fúria da natureza, porém o número de mortos nesse país (cerca de 20) não chega a 5% dos mortos na região serrana, demonstrando como as consequências da exploração capitalista junto ao meio ambiente cairão principalmente sobre os indivíduos pobres, concentrados nos países em desenvolvimento. De acordo com dados do próprio Banco Mundial, a população dos países ricos (20% da população mundial) é responsável pela emissão de cerca de 50% de todo CO2 emitido pela humanidade. Omar Baddour, especialista do WMO (World Meteorological Organization) atribui ao aquecimento global a intensificação de extremos meteorológicos, já que com o derretimento das geleiras e o aumento do vapor de água nos oceanos e florestas a atmosfera fica mais úmida, piorando as chuvas que já são típicas nesta época do ano. A ONU informou, nesta sexta-feira (14/01) que a tragédia ocorrida na região serrana está entre os 10 piores deslizamentos da década.

    De acordo com a Defesa Civil, cerca de 40 mil pessoas de Petrópolis (13% da população) moram em áreas de risco. As atitudes do poder público têm se resumido a remoção forçada de parcela pífia destas pessoas e a destruição de suas casas, não respeitando os laços de amizade e afinidade com o local de moradia. A maior parte passa a receber um auxílio mensal que não passa de 300 reais, forçando-os a voltar a morar em locais de difícil acesso, só que dessa vez como locatários. Apenas algumas pessoas recebem uma nova moradia.

    A crise ambiental é apenas mais um aspecto da crise capitalista, reflexo da falência do mesmo. Suas contradições não apresentam mais apenas entraves ao desenvolvimento das forças produtivas, mas sim uma ameaça real à própria espécie humana, tornando imperativa sua substituição. Alguns apresentam as tragédias como um evento metafísico, supostas provas do final dos tempos, quando na verdade estamos diante de um evento histórico que deve ser analisado de maneira científica. Se existe algum fim próximo, este fim é o da era da exploração do homem pelo homem. A solidariedade demonstrada pela população em geral e principalmente por aqueles que mesmo sofrendo com as tragédias ajudam vizinhos e amigos, deixa claro que a classe trabalhadora está disposta a viver num mundo diferente.

    Chega de pagarmos pela crise capitalista! Lutemos para acabar com esse sistema maldito e por uma sociedade harmônica consigo mesma e com a natureza! Ou a humanidade constrói um futuro diferente ou não teremos futuro para construir nada.

Diego Grossi

Publicado originalmente no site do Jornal Inverta

Povo petropolitano sofre com caos no sistema público de transporte

Ônibus quebrado na Rua Floriano Peixoto

    Petrópolis, cidade serrana do RJ, que possui pouco menos de 300.000 habitantes, é conhecida nacionalmente como um dos principais pontos turísticos do estado. A elite local sempre “vendeu” uma imagem de perfeição, atraindo todo ano milhares de turistas. Porém, a realidade da população local é bem distinta. Além de todos os problemas vividos em qualquer cidade brasileira, o povo tem sido vítima de um transporte caótico, misto de uma das passagens mais caras do país (R$ 2, 50), com ônibus sucateados, filas intermináveis, trânsito mal planejado, etc.

    Em 2006, de maneira obscura, a prefeitura renovou o contrato de todas as empresas de ônibus, sem abrir licitação e sem exigir renovação na frota. No ano de 2009 (após a vitória do oposicionista e atual prefeito, Paulo Mustrangi – PT) era visível que mudanças precisavam ser efetuadas, mas a única atitude tomada foi a implementação do sistema de integração aberta (antes feita em terminais de desembarque), não resolvendo a situação, que em 2010 piorou. Quase todos os dias, ônibus quebram, passageiros esperam horas nas imensas filas e veículos imundos saem às ruas. No dia 03 de março a prefeitura convoca uma reunião do Conselho Municipal de Trânsito, onde junto dos empresários (após acusarem-se pela situação do transporte), e diante da pressão popular (mais de 300 pessoas estiveram presentes), comprometem-se a resolver a situação dentro de 30 dias. Porém, mesmo indo contra a vontade das empresas, a prefeitura limita-se a uma intervenção em 3 destas e após ter injetado 5 milhões dos cofres públicos é obrigada â caçar a concessão das mesmas e abrir processo licitatório (demoraram até o final de setembro para fazer o óbvio). Além da compra de alguns ônibus novos por empresas que ficaram de fora da intervenção, nada de concreto foi feito para resolver o transporte público que ameaça entrar em colapso a qualquer momento, muito pelo contrário, já que o prefeito decretou o aumento da tarifa que já era absurda (R$ 2,20), dificultando ainda mais a vida dos cidadãos..

    Algumas medidas imediatas precisam ser tomadas, como o escoamento do trânsito no centro da cidade, a renovação da frota (grande parte dos ônibus já ultrapassaram seu tempo de vida útil), a redução da tarifa, etc. Além disso, os responsáveis precisam responder criminalmente pela situação desgraçada em que deixaram o povo, que vem resistindo através de manifestações localizadas (partidos tradicionais e parte considerável das entidades do movimento social vêm se omitindo, já que possuem interesses ligados à prefeitura e empresários).

    Toda essa situação mostra a fragilidade que é termos empresas privadas responsáveis por serviços públicos essenciais, delegando ao Estado apenas o papel de fiscal. Em Petrópolis, ambos falharam e quem está pagando até hoje é a população trabalhadora.

Diego Grossi 

Publicado originalmente (com pequenas modificações) no Jornal Inverta 448