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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Povo petropolitano sofre com caos no sistema público de transporte

Ônibus quebrado na Rua Floriano Peixoto

    Petrópolis, cidade serrana do RJ, que possui pouco menos de 300.000 habitantes, é conhecida nacionalmente como um dos principais pontos turísticos do estado. A elite local sempre “vendeu” uma imagem de perfeição, atraindo todo ano milhares de turistas. Porém, a realidade da população local é bem distinta. Além de todos os problemas vividos em qualquer cidade brasileira, o povo tem sido vítima de um transporte caótico, misto de uma das passagens mais caras do país (R$ 2, 50), com ônibus sucateados, filas intermináveis, trânsito mal planejado, etc.

    Em 2006, de maneira obscura, a prefeitura renovou o contrato de todas as empresas de ônibus, sem abrir licitação e sem exigir renovação na frota. No ano de 2009 (após a vitória do oposicionista e atual prefeito, Paulo Mustrangi – PT) era visível que mudanças precisavam ser efetuadas, mas a única atitude tomada foi a implementação do sistema de integração aberta (antes feita em terminais de desembarque), não resolvendo a situação, que em 2010 piorou. Quase todos os dias, ônibus quebram, passageiros esperam horas nas imensas filas e veículos imundos saem às ruas. No dia 03 de março a prefeitura convoca uma reunião do Conselho Municipal de Trânsito, onde junto dos empresários (após acusarem-se pela situação do transporte), e diante da pressão popular (mais de 300 pessoas estiveram presentes), comprometem-se a resolver a situação dentro de 30 dias. Porém, mesmo indo contra a vontade das empresas, a prefeitura limita-se a uma intervenção em 3 destas e após ter injetado 5 milhões dos cofres públicos é obrigada â caçar a concessão das mesmas e abrir processo licitatório (demoraram até o final de setembro para fazer o óbvio). Além da compra de alguns ônibus novos por empresas que ficaram de fora da intervenção, nada de concreto foi feito para resolver o transporte público que ameaça entrar em colapso a qualquer momento, muito pelo contrário, já que o prefeito decretou o aumento da tarifa que já era absurda (R$ 2,20), dificultando ainda mais a vida dos cidadãos..

    Algumas medidas imediatas precisam ser tomadas, como o escoamento do trânsito no centro da cidade, a renovação da frota (grande parte dos ônibus já ultrapassaram seu tempo de vida útil), a redução da tarifa, etc. Além disso, os responsáveis precisam responder criminalmente pela situação desgraçada em que deixaram o povo, que vem resistindo através de manifestações localizadas (partidos tradicionais e parte considerável das entidades do movimento social vêm se omitindo, já que possuem interesses ligados à prefeitura e empresários).

    Toda essa situação mostra a fragilidade que é termos empresas privadas responsáveis por serviços públicos essenciais, delegando ao Estado apenas o papel de fiscal. Em Petrópolis, ambos falharam e quem está pagando até hoje é a população trabalhadora.

Diego Grossi 

Publicado originalmente (com pequenas modificações) no Jornal Inverta 448

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